Hedy Lamarr

Hedy Lamarr

Viena, 1937. Uma mulher se disfarça de empregada doméstica, foge de seu marido, um industrial possessivo e ciumento, indo parar em Paris.



Certa vez Lamarr disse a frase que se tornou sua mais famosa citação: “Qualquer garota pode ser glamorosa. Tudo que ela tem que fazer é ficar parada e parecer estúpida”. Isso cai como uma luva para muitas atrizes hoje em dia, mas não para ela própria. Embaixo de sua beleza estonteante (que foi base para a Branca de Neve de Walt Disney) havia uma mulher genial, que junto com um músico criou uma tecnologia tão a frente do seu tempo que só foi posta em prática vinte anos após o registro da patente, e sem o devido crédito.

Lamarr começou sua carreira em 1930, mas ganhou notoriedade quando, aos 19 anos, estrelou  Êxtase (1933). O filme trazia duas novidades: foi primeiro não pornográfico a conter uma cena de nu frontal. No mesmo ano ela se casou um Friedrich Mandl, um industrial do setor de armamentos. A partir daí sua vida virou um inferno: contrário a sua carreira, a mantinha trancada em sua mansão.

Por conta disso, a então senhora Mandl frequentava os encontros técnicos de seu marido e, possuindo aptidão à  matemática, acabou por aprender os princípios de tecnologia militar, principalmente no que dizia respeito ao interesse de seu marido: controlar torpedos por ondas de rádio.

Hedy Lamarr, que a esta altura já detinha bons conhecimentos de física e eletrônica já havia bolado um método de “alternância de frequências” (frequence hooping) que consistia do seguinte: se o emissor e o receptor mudassem constantemente de frequência, somente eles poderiam se comunicar, sem serem interceptados pelo inimigo.


A sincronização entre emissor e receptor seria feita exatamente como ele fez ao sincronizar 16 pianos no filme, usando rolos perfurados. Transpondo para os transmissores e receptores de rádio, ambos desenvolveram uma técnica capaz de usar 88 frequências diferentes numa mesma transmissão, o mesmo número das teclas de um piano. A ideia recebeu o nome de “Sistema de Comunicação Secreta”.



O projeto foi mantido em sigilo até 1962, quando foi utilizado na Crise dos Mísseis Cubanos. Na ocasião, a patente de Lamarr e Antheil já havia expirado. George Antheil nem chegou a ver seu invento funcionar, pois faleceu em 1959.

Hoje, a ideia de alternância de freqüência serve como base na técnica moderna de comunicação por espalhamento espectral, que garante a confiabilidade dos dados. Essa técnica é usada hoje nos protocolos Bluetooth, Wi-Fi e CDMA. Portanto, toda vez que você fizer uma ligação, lembre-se que uma estrela de Hollywood tornou isso possível.

Fonte: <http://nerdpai.com/hedy-lamarr-diva-de-hollywood-que-inventou-telefonia-celular/>

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